quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

CONHECENDO O ESCRITOR OTÁVIO JÚNIOR

  


O escritor Otávio Júnior, reconhecido nacionalmente, é vencedor do prêmio Jabuti de Literatura Infantil 2020. Morador do complexo da Penha, no Rio de Janeiro, onde nasceu e ficou conhecido por abrir a primeira biblioteca nas favelas do Complexo da Penha e do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

O livro DA MINHA JANELA lhe rendeu o prêmio Jabuti de Literatura Infantil e foi muito significativo porque ele trabalha com questões populares com propósito social e de representatividade.

Quando o escritor Otávio Júnior tinha entre oito e nove anos de idade viveu a primeira grande história da sua vida que tem reflexo até hoje e lhe dá força. Ele encontrou um exemplar do livro Dom Gatô, de Maria Dinorah, perto de um campinho, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. E foi como um conto de encantamento ambientado na favela. Num lugar inusitado, uma criança encontra um objeto mágico. E esse contato o despertou para a Literatura e outras artes, como teatro, cinema e história em quadrinhos.

Então, ele começou a frequentar a biblioteca da escola, foi incentivado por uma professora e, depois, passou a visitar a biblioteca do bairro, na Penha, dos bairros vizinhos e do restante da cidade. Ele virou um caçador de bibliotecas.

E, de tanto ler, sentiu o desejo de também escrever. Escreveu pequenas histórias, depois textos teatrais que apresentava em escolas da sua região. Em seguida, descobriu os centros culturais, os espetáculos de narração oral e os eventos literários de fim de semana nas livrarias.

E, assim, nasceu o seu projeto Ler é 10 — Leia Favela. Porque ele queria compartilhar aquela vivência e democratizar o acesso ao livro nas comunidades. Começou no Complexo da Penha e, em seguida, foi para o Complexo do Alemão. Atuou por muitos anos na linha de frente da promoção da leitura e como militante das bibliotecas comunitárias. E percebeu que as crianças das comunidades gostavam de ler, porém elas não se viam nos conteúdos literários.

Por isso, o seu próximo passo foi criar a COLEÇÃO LÁ DO BECO, com histórias infantis ambientados na favela. As crianças se identificaram de imediato, tanto as daquele universo quanto as de fora. E o livro serviu como um meio de conhecer um pouco mais a cultura das comunidades, sem o estereótipo ligado à violência, à miséria e às outras questões negativas.

E, desta forma, Otávio Júnior passou a ser conhecido como o Livreiro do Alemão.




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